Imagem: Ghost in the Shell
O clássico de anime e mangá “Ghost in the Shell” (“Fantasma na Concha”), que completou 30 anos desde sua estreia, é notavelmente profético sobre o futuro da cibersegurança. A premissa central de seu enredo envolve o “Mestre de Marionetes” (Puppet Master), um hacker misterioso que invade cérebros cibernéticos e terminais de rede. Hoje, esse personagem é claramente reconhecível como uma Ameaça Persistente Avançada (APT) — um hacker apoiado pelo governo.
O mangá e o anime, lançados no mesmo ano ou pouco depois da invenção da World Wide Web, anteciparam vários conceitos avançados de segurança:
Hacking Apoiado pelo Estado (APT): O Puppet Master é uma criação do Ministério das Relações Exteriores que se torna desonesto, espelhando a realidade dos hackers patrocinados por nações.
Segurança Comportamental: Os oficiais da Seção 6 de Segurança Pública descrevem rastrear o Puppet Master por “tendências comportamentais e padrões de código/tecnologia”, um conceito que hoje é a base da segurança heurística e de antivírus.
Violência Doméstica Tecnológica: Uma subtrama envolve um lixeiro que usa um vírus para invadir o cibercérebro de sua esposa por ciúmes, um precursor direto do stalkerware moderno.
Uso de Redes Intermediárias: O Puppet Master invade redes de terceiros (como a do Departamento de Saneamento) para se esconder ou atacar alvos governamentais, uma tática comum entre hackers avançados para obscurecer a atribuição.
A obra de Masamune Shirow capturou o futuro de um mundo interconectado e seus riscos, numa época em que a cibersegurança era um conceito de nicho. O artigo compara a profundidade do anime com a investigação real e detalhada de hackers governamentais em 1986, como no livro “O Ovo do Cuco”, sublinhando o quão à frente de seu tempo estava a visão de “Ghost in the Shell”.
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