Créditos da imagem: Aero Por Trás da Aviação
Azul cai 21% com aval à reestruturação nos EUA
O mercado reagiu com forte venda às ações da Azul (AZUL4) nesta segunda-feira. O papel chegou a despencar mais de 20%, fechando a R$ 0,84. O gatilho foi a confirmação judicial do plano de recuperação que praticamente anula a participação dos atuais investidores minoritários.
O que aconteceu: plano aprovado, diluição garantida
Na última sexta-feira, o tribunal dos EUA aprovou oficialmente o plano de reorganização da Azul no Chapter 11. Isso desencadeou os próximos passos. O plano converte bilhões em dívida da empresa em ações novas. A companhia também vai captar quase US$ 1 bilhão com a venda de novos papéis. Foi esse movimento, na prática, que aprovou uma diluição massiva.
A análise do Bradesco BBI deixou claro o tamanho do estrago. Os detentores das dívidas (notas 1L e 2L) ficarão com praticamente 100% da companhia após a conversão e as novas emissões. Os acionistas atuais? Terão sua fatia reduzida a quase zero.
Por que isso importa para o mercado
A queda brusca não foi uma surpresa total, mas a confirmação judicial cristalizou o prejuízo. O mercado precificou de uma vez o fim da incerteza sobre como a reestruturação aconteceria. O foco agora sai da sobrevivência da empresa e vai para o custo que os minoritários pagarão por ela.
A reiteração da recomendação de “venda” pelo BBI, com um preço-alvo simbólico de R$ 0,50, ecoou esse sentimento. Sinaliza que, do ponto de vista do acionista atual, o jogo praticamente acabou.
O que muda para o investidor
Para quem tem ações da Azul na carteira, a perspectiva é dura. A participação será diluída de forma extrema. A esperança de valorização do papel atual com a recuperação da empresa praticamente se esvaiu. A recomendação majoritária é de saída.
Já para a Azul como operadora, o cenário é diferente. A companhia segue firme para sair do Chapter 11 em breve, com um balanço muito mais leve. A dívida será reduzida drasticamente, e o novo capital injetado deve reforçar as operações. A empresa sobrevive, mas com novos donos.
Para a empresa e seus passageiros, a perspectiva é diferente. A Azul deve sair do Chapter 11 com dívidas menores e caixa reforçado, o que pode trazer mais estabilidade operacional a longo prazo.
Próximo capítulo: uma nova companhia
A Azul se prepara para renascer com uma saúde financeira renovada, mas sob uma estrutura societária completamente diferente. O processo judicial cumpriu seu papel de garantir a continuidade da empresa, um ponto positivo para o setor aéreo brasileiro.
Para o investidor de varejo que acompanhava a ação, no entanto, o ciclo se encerra com um dos mais duros exemplos de diluição. A lição fica sobre os riscos de investir em empresas em processos de recuperação judicial, especialmente as de capital aberto.
Fonte: InfoMoney








