Meta supostamente adia óculos de realidade mista “Phoenix” até 2027

Por Luiz A Sanfer |

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Meta supostamente adia óculos de realidade mista "Phoenix" até 2027

Créditos da imagem: David Paul Morris/Bloomberg / Getty Images

A Meta, que há anos nos promete um futuro imersivo no metaverso, deu mais um passo atrás. Os aguardados óculos de realidade mista de última geração, de codinome “Phoenix”, tiveram seu lançamento oficialmente adiado. A nova previsão, segundo o Business Insider, é que eles cheguem apenas no primeiro semestre de 2027, um recuo de pelo menos seis meses em relação à data original do segundo semestre de 2026.

Este não é um simples ajuste de cronograma. É um sinal claro de que a empresa de Mark Zuckerberg está repensando radicalmente sua estratégia. A pergunta que fica é: a Meta está perdendo o fôlego na corrida pela realidade mista, ou está apenas sendo prudente?

O projeto “Phoenix”: a resposta da Meta ao Apple Vision Pro

Os óculos “Phoenix” não são apenas mais um acessório. Eles representam a resposta direta e mais ambiciosa da Meta ao Apple Vision Pro. Com um fator de forma semelhante ao dispositivo da Apple, incluindo uma fonte de energia externa em formato de disco, o projeto visa competir no mesmo patamar de experiência “espacial” de alta fidelidade.

A Meta já vende headsets de realidade virtual (como o Quest) e os óculos inteligentes Ray-Ban (focados em áudio e câmera), mas o “Phoenix” é algo totalmente novo. É a tentativa de unir dois mundos: a imersão total do VR com a praticidade e consciência ambiental dos óculos inteligentes.

Por que o atraso? Zuckerberg troca a pressa pela sustentabilidade

Segundo memorandos internos vistos pelo Business Insider, o atraso veio de uma ordem direta de Mark Zuckerberg. O recado aos executivos foi claro: dediquem mais tempo para “acertar os detalhes”.

Mas o que isso significa na prática? Dois objetivos centrais:

  1. Tornar o negócio sustentável: Lançar um dispositivo de altíssimo custo como o Vision Pro (que beira os US$ 3.500) para um nicho limitado não está nos planos da Meta. Zuckerberg quer um produto que, no médio prazo, tenha um modelo de negócios viável e escalável.
  2. Oferecer uma experiência de qualidade superior: Aparentemente, a versão anterior do “Phoenix” ainda não atingia o patamar de “experiência mágica” que a liderança almejava para disputar a atenção dos consumidores e desenvolvedores.

Gabriel Aul e Ryan Cairns, líderes do projeto, escreveram que o atraso “nos dará muito mais espaço para respirar”. Essa frase revela uma pressão interna enorme que estava em curso, possivelmente em detrimento da inovação.

O contexto crucial: o orçamento do Metaverso está encolhendo

O adiamento do “Phoenix” não é um evento isolado. Ele coincide com uma notícia bombástica da Bloomberg: a Meta planeja reduzir seu gigantesco orçamento para a divisão Reality Labs (responsável pelo metaverso) em até 30%.

Junte os pontos:

  • Orçamento menor para pesquisa e desenvolvimento.
  • Prazo mais longo para o produto âncora.
  • Foco explícito em sustentabilidade financeira.

A conclusão é inevitável: a fase de “gastar bilhões sem olhar para o retorno” acabou. A Meta está entrando em uma era de contenção e foco em resultados tangíveis. A prioridade deixou de ser apenas “construir o futuro” e passou a ser “construir um futuro que venda”.

O que esperar dos óculos “Phoenix” em 2027?

Com esse novo cenário, podemos prever algumas características do “Phoenix” revitalizado:

  • Foco no “killer app”: O hardware virá acompanhado de uma proposta de software irresistível. Apenas replicar funções do Quest 3 não será suficiente.
  • Preço mais acessível (ou justificado): A Meta trabalhará agressivamente para baixar o custo final ou empacotar o dispositivo com serviços tão valiosos que o preço alto faça sentido.
  • Integração total com IA: A grande aposta da Meta em inteligência artificial generativa será o coração da experiência, possivelmente com um assistente capaz de entender e interagir com o mundo físico e digital ao seu redor.

Mais do que um atraso, uma mudança de filosofia

O adiamento do “Phoenix” para 2027 é, na verdade, a maior demonstração de maturidade da Meta nos últimos anos. Em vez de correr para lançar um produto incompleto e caríssimo para competir com a Apple, Zuckerberg escolheu o caminho mais difícil: a paciência.

A corrida pela realidade mista não é mais uma sprint; é uma maratona. A Meta parece ter entendido que, para vencer, não basta ser o primeiro. É preciso ser o melhor, de uma forma que as pessoas realmente queiram – e possam – comprar.

Enquanto isso, a pressão sobre o Apple Vision Pro só aumenta. Ele terá quase três anos de estrada solo no segmento premium antes de encontrar seu rival mais direto. Será tempo suficiente para criar um mercado… ou para provar que ele ainda não existe? A resposta em 2027 promete ser fascinante.

Fonte: TechCrunch

Luiz A Sanfer

Sou editor-chefe do Reveio, especialista em tecnologia, reviews e guia de compras. No site desde 2020, formado em Ciências da Computação. Além de grande fã da área TI, sou apaixonado por estratégia digital, gestão de pessoas.

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